Em janeiro, Conselho de Previdência subiu o teto de juros do consignado. Agora, em fevereiro, foi anunciado o aumento do prazo de pagamento
Área do Cliente
Notícia
Crise muda hábitos de consumo da 'nova classe média'
Crédito restrito e temor de desemprego prejudicam consumidores.
Os últimos anos viram a expansão da classe média no Brasil. No final de 2008, essa parcela da população já somava 53,8% da população, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV). Com um poder de compra maior, a chamada "classe C" passou a consumir mais e ajudou o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro a registrar um crescimento acima de 3% nos últimos quatro anos.
Mas neste domingo (15), dia em que se celebra o Dia Mundial do Consumidor, há menos o que comemorar. Com o crédito mais restrito e o desemprego em alta, o brasileiro está "apertando o cinto". E é exatamente essa nova classe C que está sendo obrigada a fazer mais ajustes no orçamento.
"Hoje essa alteração no cenário afeta muito mais a classe que emergiu. O consumo de bens duráveis dessa classe estava extremamente ancorado no crédito, que deixava sobrar dinheiro para esse consumo de massa. Com a falta do crédito, algumas despesas acabam competindo com o orçamento doméstico básico", diz Karina Milaré, diretora da área de Consumo da consultoria TNS Interscience.
Apertado pela restrição do crédito, o consumidor está tomando uma atitude mais cautelosa em relação às compras. "Para arriscar, para fazer uma compra de valor maior, um componente importante é o grau de confiança. O comportamento do consumidor é afetado por aquilo que ele crê que vai acontecer", avalia João Carlos Lazzarini, diretor de Atendimento a Varejistas da consultoria AC Nielsen.
E confiança é algo que anda em baixa. Em fevereiro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança do consumidor atingiu o menor patamar desde que a pesquisa foi iniciada, em 2005. "A falta de confiança acaba influenciando esse padrão ou hábito de consumo que tem o brasileiro", diz o professor Marcos Luppe, Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA).
Mudança de hábitos
Segundo os especialistas, na hora de colocar o "pé no freio" nos gastos, os primeiros itens a serem cortados do orçamento são os de maior valor agregado, cuja compra tem uma maior dependência do financiamento.
"A primeira coisa que ele (o consumidor) eliminou foram produtos que dependem de crédito longo, parcelamento de mais de três prestações. Mesmo no Natal, o consumidor evitou e tem evitado o que precisa de mais prestações, como eletroeletrônicos, informática, eletrodomésticos", constata Fábio Mariano Borges, especialista no comportamento do consumidor e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
E isso não só porque o crédito está mais escasso, mas porque uma das grandes preocupações do brasileiro, hoje, é com a manutenção do emprego. O temor é assumir prestações e, mais à frente, não poder pagar.
Em relação a bens não duráveis, Lazzarini identifica três "momentos" na reação do consumidor. Em uma primeira fase, o consumidor reduz a intensidade da compra: "Eu comprava dois pacotes de biscoito, passo a comprar um", diz ele. "O segundo estágio é que acontece a mudança de marca. E, no terceiro momento, que é o mais grave em função da crise, é quando ele definitivamente para de consumir."
Para Karina Milaré, para a nova classe C essa mudança não vem facilmente. "Essas pessoas criaram novos hábitos, incorporaram consumos, é mais difícil abrir mão. Se antes elas consumiam uma marca premium, vão procurar marcas similares a preços mais baratos", afirma.
Outro aspecto são itens considerados supérfluos, como exemplo refeição fora de casa e lazer. "Esses segmentos são muito afetados porque é onde você começa a cortar. Você muito provavelmente não vai parar de comer, mas consegue substituir um produto ou outro", diz Luppe, do Provar/FIA.
Lazzarini, da Nielsen, aponta que, em uma situação de crise, os brasileiros também restringem os gastos com telefonia. "Um levantamento nosso mostra que mais de 50% dos brasileiros estão cortando esses gastos, bem acima da média da América Latina", diz ele.
Com o final da crise ainda não apontando no horizonte, o consumidor deve continuar cauteloso nos próximos meses. "A gente não está vendo nenhum sinal de alguma mudança mais significativa na situação. As empresas vão precisar se movimentar, com descontos, com pequenas parcelas para o consumidor, para incentivar o consumo", avalia o professor da ESPM.
Notícias Técnicas
Os salários de fevereiro já terão novos valores de desconto da contribuição previdenciária. E a boa notícia é que muitos trabalhadores terão um abatimento um pouco menor do que o aplicado até então
Estoque atingiu R$ 4 bilhões em janeiro deste ano, alta de 150% no comparativo anual
Estas mudanças buscam alinhar as regras de aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) às novas realidades demográficas e econômicas do país, assegurando sua sustentabilidade a longo prazo
Em matéria de direito social, especialmente demandas que o réu aparece com o nome de Instituto Nacional do Seguro Social, tem causado aflição aos aposentados o posicionamento trilhado pelo Supremo Tribunal Federal. Se o caso tiver repercussão geral, pior ainda
Notícias Empresariais
Mais de 1,3 milhão de recibos foram emitidos por profissionais de saúde em janeiro
Editais prorrogados até 30 de maio estabelecem condições facilitadas para negociação de pendências com a União, com descontos de até 70% e parcelamentos em até 145 vezes
Especialistas falam sobre os impactos emocionais do desequilíbrio econômico e dão dicas para melhorar essa relação
Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que o setor tem gerado preocupação nas autoridades
Para desembargadores, laudos médico e social comprovaram hipossuficiência da beneficiária
Notícias Melhores
Atividade tem por objetivo garantir a perpetuidade das organizações através de planejamento e visão globais e descentralizados
Semana traz prazo para o candidato interpor recursos
Exame de Suficiência 2/2024 está marcado para o dia 24 de novembro, próximo domingo.
Com automação de processos e aumento da eficiência, empresas contábeis ganham agilidade e reduzem custos, apontando para um futuro digitalizado no setor.
Veja as atribuições da profissão e a média salarial para este profissional